Grau Zero
Grau Zero
29 de abril a 15 de maio de 2023 - Galeria Tato - São Paulo, SP
“Grau zero apresenta ao público paulistano a produção dos artistas participantes da 8ª edição da Casa Tato, projeto idealizado por Tato di Lascio que propõe um percurso permeado por diálogos e conexões com profissionais atuantes nas mais variadas posições dentro do sistema da arte: artistas, curadores, críticos, galeristas, colecionadores etc. A estrutura do programa prevê, desde suas edições iniciais, a realização de duas exposições: a primeira, no início do processo, reúne obras criadas pelos artistas antes das atividades e conversas abrigadas na Casa Tato, a segunda ocorre ao final deste percurso. A diversidade de pesquisas, poéticas e linguagens acolhida pela Casa Tato orientou nossa escolha por um argumento curatorial que sublinhasse o início dessa experiência processual e coletiva – um grau zero –, em detrimento de obras e temas específicos. Evidentemente, o grau zero a que nos referimos é relativo e só pudemos reivindicá-lo por observarmos, há sete edições do projeto, a reverberação das trocas entre os artistas e com os profissionais convidados sobre seus processos de criação. A partir dos encontros e da multiplicidade de perspectivas que confluem nesta experiência observamos transformações profundas nos modos como os artistas passaram a pensar sobre a própria produção e a elaborar crítica e discursivamente suas poéticas. Assim, ao intitularmos a presente mostra como grau zero inscrevemos um marco inicial a partir do qual se deu nosso encontro, enquanto curadores residentes, com as pesquisas aqui reunidas. A produção dos artistas participantes da Casa Tato 8 evidenciam aspectos interessantes do domínio que se convencionou chamar de arte contemporânea. Enquanto a modernidade estética esteve orientada em um sentido linear e evolucionista por sucessivas superações, sendo as vanguardas históricas emblemáticas da recusa de toda arte produzida até então e do desejo incessante de instauração do novo, a arte contemporânea lança mão de toda a História da Arte e da Cultura como um rico manancial de referências e gestos capazes de elucidarem e tensionarem nosso tempo.”
Texto curatorial
“A arte contemporânea lança mão de toda a História da Arte e da Cultura como um rico manancial de referências e gestos capazes de elucidarem e tensionarem nosso tempo.
Parece haver, no contemporâneo, um destemor na revisitação de práticas e movimentos artísticos que marcaram o século XX. O informalismo, por exemplo, infiltra-se na atmosfera surrealista das imagens de Aline MacCord.“
Nancy Betts e Icaro Ferraz Vidal Jr.